"A vitória sobre si mesmo é a maior das vitórias". (Platão)

domingo, 28 de junho de 2009

Robert e seu delírio

Passei por uma livraria e vi exposto o livro DEUS, UM DELÍRIO de Robert Dawkins. O título chamou-me a atenção.
O autor é biólogo inglês, admiriado por grandes pensadores de nossa atualidade e parte da comunidade científica, que propaga a idéia do pró-ateísmo e, nessa obra, critica as principais religiões, considerando elas como as promotoras dos males da humanidade, bem como que o Deus apregoado é de improvável existência à luz da ciência. Afirma, ainda, que a idéia de Deus é desnecessária para a manutenção de valores moraís ou éticos justificáveis.
Para isso traz vários argumentos para apoiar a idéia de outro pensador, Robert Pisig, que disse "quando uma pessoa tem uma insanidade, chama-se a isso 'delírio'; quando muitas pessoas sofrem de um delírio, chama-se a isso 'religião".
Penso eu que o autor construiu a obra sobre uma idéia preconceituosa sobre Deus e as religiões. Bem verdade que há muitas religiões que propagam o fanatismo, escravizando o pensamento e coração humanos, para o bem do interesse de alguns, levando muitos à morte física ou espiritual. Afastam mais do que aproximam alguém à Deus.
Por outro lado, por causa de nossa cultura judáico-cristã, compartilhamos, na maior parte, uma vaga idéia do Divino, que está mais próxima de alguém paa nos auxiliar, julgar ou culpar. Eis por isso, que o livro ataca mais as religiões do que a idéia da existência de Deus.
No entanto, afirmar-se com tanta veemência Sua não existência é no mínimo tão pretensiosa quanto querer prova-la. Pois, os mesmos argumentos utilizados para um, servem para o outro.
Por exemplo, se alguém se diz ateu, mas se comporta dentro de um campo de moral, ética e justiça, semelhante ao que vive um religioso, não é prova de que Deus é desnecessário. É que ambos discernem o bem e o mal, quando de uma decisão ou ação em suas vidas. Na verdade, intuem, a sua medida, a necessidade de comportar-se assim, como forma de boa convivência e, ao fim, sobrevivência de uma sociedade.
No entanto, ambos estão conectados com valores superiores às suas crenças ou descrenças. Uma inteligência maior; uma causa-princípio. O religioso dirá que é Deus e o ateu, a razão. Seja o que for, ambos foram unidos por algo que inspirou uma forma melhor de agirem e "ser". Conclui-se, então, a existência de um Ser Superior, tanto para o religioso, como para o ateu.
A verdade é que ninguém pode afirmar com tanta exatidão nada. Pode-se, apenas, intuir algo e depois, especular-se entre um mundo infinito de "achísmos" e arrogâncias intelectuais que mais geram dolorosas dúvidas do que certezas.
Se se estuda um objeto com uma visão preconceituosa, a resposta também será assim. E de resposta, nada terá. Muito menos de luz de alguma coisa.
Quanto a mim, creio na existência de expressão de uma Inteligência Maior, que inspira e se manifesta nas coisas mais simples, como a natureza e na ordem mais complexa de leis universais, como a gravidade, que nos une, crentes ou ateus, pró, neos, contra, a favor.
Não importa. O mundo é de todos. Um barco que segue um rumo só. Aprender a conviver é um bom começo para qualquer coisa.
Do contrário, o futuro intepretará o homem, um delírio.

Um comentário:

  1. Por simples bom-senso, prova-se a não existência de um Deus. Deus é tão mitológico quanto Zeus.

    ResponderExcluir